O El Niño começou oficialmente no dia 8 de junho e uma imagem de satélite divulgada nesta semana pela Agência Aeroespacial dos Estados Unidos (Nasa) já mostra o aumento do nível do mar provocado pelo aquecimento das águas do Oceano Pacífico, em especial próximo à linha do Equador.
O fenômeno, caracterizado justamente pelo aquecimento anormal das águas do Oceano Pacífico, impacta o clima mundial, podendo causar furacões no Atlântico e ciclones no Pacífico. Ele geralmente acontece em um intervalo de três a sete anos, intercalando com La Niña, que é quando a temperatura das águas diminui, também gerando impactos climáticos por toda a Terra.
Enquanto no La Niña o nível do mar tende a baixar, no El Niño, ele aumenta, já que a água se expande com o calor. Por isso o aumento no volume de água indica o aquecimento — o volume acontece principalmente na região da linha do Equador porque é onde a incidência dos raios solares é maior.
Na imagem da Nasa, é possível ver as anomalias no volume de água entre os dias 1º e 10 de junho. Em azul, estão os locais onde o nível do mar estava abaixo da média. Em vermelho, onde estavam acima da média. Em branco, onde o volume está dentro da média.
Mais forte
Devido às mudanças climáticas, o El Niño tende a ser mais forte este e nos próximos anos, apontam especialistas. Um alerta da Organização Meteorológica Mundial, ligada à Organização das Nações Unidas (ONU), chama atenção para uma pesquisa publicada na revista Science que mostra danos econômicos de US$ 84 trilhões neste século por conta do fenômeno, o equivalente a R$ 413 trilhões.
Esses prejuízos seriam oriundos da perda de safras motivada por secas extraordinárias e pela escalada de doenças tropicais, logo, a perspectiva ainda é pior para países tropicais, como o Brasil. De acordo com os pesquisadores, eles devem acontecer mesmo que as promessas de corte de emissões de gases do efeito estufa sejam cumpridas.