Quem inventou o QR code? – Pergunta de Queila Ribeiro, Quixeramobim (CE) – quer enviar uma pergunta também? Clique aqui.
Para variar, foi um japonês, cara quixeramobinense.
Em 1994, um conterrâneo de meus antepassados, chamado Masahiro Hara, inventou esse jeito de codificar informações que hoje é quase onipresente —da mesa do restaurante, para acessar o cardápio, ao Pix que você usa para pagar ou receber, passando por anúncios, embalagens, programas de TV etc.
Masahiro trabalhava na fabricante de peças automotivas Denso Wave, do Grupo Toyota, cujos funcionários do estoque sofriam para escanear mais de mil códigos de barras diariamente para manter o controle de seu estoque.
O trabalho braçal se avolumava porque os códigos de barra, limitados a 20 caracteres de informação, já não davam mais conta da complexidade de dados que precisavam transmitir.
A ideia de Masahiro foi criar, então, um código bidimensional, que pudesse ser lido não somente na horizontal, mas também na vertical. Com essa simples manobra geométrica, a quantidade de caracteres numéricos contida no novo código explodiu.
Uma das versões mais comuns de QR code (são pelo menos 40, no total) é composta por uma malha de 29 pontos (ou módulos) na horizontal com mais 29 pontos na vertical, que podem ser pintados de branco ou de preto. Essa trama gera combinações equivalentes a 101 caracteres numéricos. Ou seja, cinco vezes a capacidade de um código de barras convencional.
Mas não para por aí…
Na versão mais parruda do QR code, são 177×177 módulos. Isso significa capacidade para mais de 7 mil caracteres numéricos (ou 4.296 alfanuméricos, mesclando letras, números, espaços e caracteres especiais).
Como ajuste fino, a fim de agilizar a leitura do código, Masahiro bolou os três quadrados que estão nos cantos de todo santo QR code – já reparaste, cara quixeramobinense?
A trinca funciona como uma bússola que indica para scanners ou câmeras onde estão as informações (cada uma no seu quadrado) bem como o sentido de leitura do código, acelerando o processo.
Não à toa, embora a tecnologia seja nipônica, o nome é uma sigla em inglês que indica a velocidade da transmissão de dados: QR vem de “quick response” (“resposta rápida”, em português).
Ao longo dos últimos quase 30 anos, a tecnologia cresceu em adeptos e ganhou proporções gigantescas pelo mundo – inclusive, literalmente: o maior QR code do mundo, reconhecido pelo Guinness World Records, foi “impresso” numa área de 29 mil m2 para promover a fazenda da família Kraay, na província de Alberta, no Canadá – a mais de 9.400 km, em linha reta, de sua terrinha, cara quixeramobinense.
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